sexta-feira, 4 de outubro de 2013

GIAP - (1911-2013)





Nos pequenos frascos 
estão contidas as grandes essências
ensina a popular sabedoria
Giap foi o pequeno grande homem
que colocou de joelhos os colonialistas
que derrotou impérios
libertou seu povo da decadência 
trazida por bárbaros louros 
vindos do outro lado do mundo

Vietnam, joia da Indochina
do delta do Mekong, 
antro de serpentes, selvas de seiva bruta
às planícies alagadas de Dien Bien Phu
muralha verde que no passado expulsou mongóis,
refugou japoneses, franceses
derrotou norte americanos
soldados do povo, pequenos como eles só
guarnecem suas ameias inexpugnáveis 
de rios caudalosos
terra fértil onde tudo cresce 
foi lá onde o clamor da luta socialista 
por fim despertou milenar nação

Foi nas espaldas desse povo miúdo 
nas rodas das suas bicicletas
por longas rotas selváticas e subterrâneos
que seus exércitos avançaram
contra aviões supersônicos, napalm e alta tecnologia

Diz a marcial sabedoria:
"a moral vale duas vezes mais que o material"
e Giap valeu mais que todos
Vitória do pequeno grande homem
o gafanhoto matou a serpente,
o tigre de papel ardeu em fogo

Nas portas do Palácio Celestial
os clarins da paz anunciam
formam os exércitos de mártires 
a infantaria  com seus chapéus de cortiça
os Viet Mihn, de negras vestes 
dos camponeses de Anam
perfilados com as AK's da liberdade
com seus uniformes de gala
aguardam a chegada do centenário ancião



quinta-feira, 11 de julho de 2013

Bastard Left Hand







Bastard Left Hand


Que gosta de apanhar 

Vitima que se vitimiza 

Pobre cativa, chorosa 

Filha dos antros da tortura 

Enquanto a nobre mão direita 

Barbariza, sacrifica 

Estraçalha as almas e os corpos 

De pessoas pobres indefesas 

Bastard Left Hand 

Suplica medrosa, lamurienta 

Satiriza, canta, faz poesia nos salões 

Para nada mais precisar fazer 

Numa falsa invenção de Ghandi 

Enquanto o planeta agoniza 

E a mão direita age sem limites 

Arrombando portas 

Impune, filha da caserna 

Ri às gargalhadas 

Veste toga e se sacraliza 

Lava as cabeças das jovens gerações 

Bastard Left Hand 

Vocifera, grita palavras de ordem, flagela-se 

Pretende uma paz que inexiste 

Tenta a trégua 

No meio da batalha 

Inerte, bêbada, sem torque 

Onde estão nossos irmãos ? 

A velha geração guerreira definha 

Seus espíritos vagueiam nos Campos Elísios 

Maringhela, Lamarca, Prestes, 

Arraes, Julião, 

Deram tudo pela nação 

Bastard Left Hand 

Empunha de novo a foice e o martelo 

Levanta as barricadas 

Desfralda novamente a bandeira vermelha 


Às ruas cidadãos !